quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Imortal Kalymor: Interlúdios. Parte 12 da Crônica: A Catedral.

E o tempo passou. O mundo mudou. Hans conheceu todas suas terras. Enquanto eu lentamente ganhava espaço entre os homens, que distorciam suas visões. Enquanto eu destruí tudo o que era místico e o que não era humano. Enquanto exterminei todas as espécies na Inquisição, e dizimei a magia. Enquanto eu, e eles próprios corrompiam os ensinamentos de Deus. Fazendo com que, desta maneira, eu os domine, o que por séculos venho fazendo. O mundo é hoje fruto unicamente de meus anseios.
Então, novamente nos encontramos. Meio milênio depois. Em meu apartamento ele se deslumbrou com a decoração. Com os detalhes da história da humanidade, em minhas coleções. Mas nada comparado com o que de mais precioso lhe mostrei. A resposta definitiva para o maior questionamento do universo...

“_O restante é inferior! Esta é sua conclusão agora! E isto lhe permite realizar qualquer pergunta que obterá resposta. E sei o que irá questionar. A mais complicada das perguntas, com a mais óbvia das respostas.
_Quem é Deus?
_Pergunta-me isso, _disse então o vampiro _mas sabe até onde deseja compreender? Posso lhe explicar o “tudo”, mas se o fizer que sentido teria o restante?”
  
Ele não temeu. Ansiou pela compreensão absoluta. E a teve...
Se agora possui o conhecimento completo, isto não o torna também um Deus? A resposta é não, simplesmente porque ainda se limita a pensar que não o é. Isto justifica o fato de ter se confessado esta madrugada. Caso fosse realmente superior, não deveria explicação a ninguém. Mas por que ele saiu purificado daquele lugar? Por que virou para a catedral e agradeceu? Por que agora ele levita como se suas culpas tivessem sumido?
Penso agora que há uma remota possibilidade de ele ter aprendido ali algo que não fui capaz de ensinar-lhe. Certamente algo que a humanidade não está pronta para compreender. Um ensinamento que estes pobres mortais terão que absorver por seus próprios meios. E sei que nunca o farão. Pois não são capazes de se deparar com seus próprios erros. São incapazes de evoluir.
“Quem diria que um dia eu estaria do outro lado do mundo? Quem diria que existiria o outro lado?”... Talvez haja aqui um sentido ainda mais abrangente...






Aqui termina a crônica A CATEDRAL. Pretendo postar mais outras crônicas, sempre relacionadas ao mundo de O IMORTAL KALYMOR. Histórias paralelas ao livro original, mas que, de alguma maneira, possam se interligar.

Quem sabe, num futuro próximo, eu consiga juntar todas elas e formar mais um livro???


Obrigado pela leitura e espero que continue acompanhando....

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