quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Imortal Kalymor: Interlúdios. Parte 4 da Crônica: A Catedral.

Este amor então se estendeu. À medida que Hans tornava-se um homem...


Quase posso sentir seu coração pulsar novamente quando se lembra deste momento. De como acreditou que sua união com ela seria eterna...

“Levantei seu véu em seguida. Retirando a última barreira que nos afastava. Com um beijo concretizamos nossa união. Deus, em seu pergaminho celestial, deu mais um ponto, a partir do qual iniciaria um novo parágrafo.
Abraçados nos deitamos. Ela respirava ofegante. Seus músculos estavam todos contraídos. Seus olhos cheios de lágrimas. Apertava-me forte, e quanto mais seu medo crescia, mais forte era seu abraço. Mesmo com toda delicadeza possível, nós, na condição bruta de homens, jamais saberemos como tocar em uma mulher. Jamais entenderemos tudo o que seus olhos nos pedem. Tudo o que a força de seu suave toque nos quer dar. A expressão de seus corpos, quando o tocamos, jamais será corretamente descrita. Palavras não definem a divindade de uma mulher. O seu colorido jamais será pintado. Sua forma jamais será esculpida. Quando as tocamos, mesmo com o mais leve dos toques, sempre será como um urso acariciando uma borboleta. Como um relâmpago beijando o chão. Ainda lembro do seu calor. Do seu envolvente cheiro. Do suor lavando meu corpo, como um batismo em água benta. Não havia céu, ou terra, ou festa, ou barraca. O mundo não estava ao nosso redor. Havia apenas ela e eu. E a soma de nossas vidas.”

Se felicidade para os mortais é o amor, o que lhes resta quando o perdem?


CONTINUA....

Nenhum comentário:

Postar um comentário